Thursday, October 12, 2006

"Maçã com Bicho", Sérgio Godinho

É curioso que nos refiramos, geralmente, à praxe. Não às praxes. À praxe, singular. Afirmativa. À laia de uniforme, que não é. Como parece sugerir Sérgio Godinho.
Não sendo uniforme, e com a inevitável mudança dos actores no fenómeno da(s) praxe(s), é lógico pensar que nas mesmas, de ano para ano e de espaço para espaço, só conflui o velho mito de “sangue de caloiro” e de um sadismo incurável dos universitários mais velhos, que por sua vez deverá ser herdado pelos caloiros, para anos mais tarde se vingarem, como mandam as normas específicas da vingança, friamente.
Ora isto, senhor Sérgio Godinho, é (ou poderá ser) pouco mais que mito. Não existe a praxe. Existem praxes, as praxes, dependentes – sempre – dos actores que nela intervêm. E se a praxe é propriedade de quem a pratica, ela está, claro, sujeita ao que o “veterano”, “doutor”, “académico”, - escolham conforme o gosto – percepciona do rito de integração na academia.
Pessoalmente, apraz-me referir que as minhas praxes foram bons exemplos de integração na vida académica e que, de maneira nenhuma, me senti lesado na minha integridade, física ou moral, tendo tentado, recentemente, seguir o exemplo dado pelos meus “superiores”.
Mas isto foi a praxe, a minha, a única que conheço. Sobre a de outros não opino.

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